Ainda quanto à polêmica do Decreto sobre Direitos Humanos:
Não entendo essa grita no último ano de governo, onde, certamente, nada do disposto pelo Decreto terá tempo de se transformar em legislação (nem mesmo a maioria das propostas hoje já no Congresso vai ter tempo pra isso).
Um Decreto, aliás, é coisa que depende apenas da vontade e da pena do Presidente da República. Se o próximo governante não gostar de nada disso, basta que ele em janeiro mude o Decreto, ou simplesmente o revogue.
Algo que está totalmente dentro das possibilidades, em menos de um ano. Basta que a oposição mostre competência para vencer a eleição em outubro.
A menos que a grita de agora já seja, é claro, parte da estratégia para tentar vencer em outubro. O que ela é, eu creio.
10 comentários
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janeiro 10, 2010 às 1:27 pm
Pepino, o Breve
Se for, é uma estratégia errada.
A quem isso convence, além dos que já estão convencidos?
janeiro 10, 2010 às 1:38 pm
aiaiai
eu pedi ajuda ao sleo porque o cara é o único jornalista em quem ainda confio sem restrições. a resposta dele foi ótima como sempre. A grita é ridícula, serve para ajudar a editar os jornais na época de recesso de notícia, e não tem fundamento. Ou seja, a imprensa brasileira vai de mal a pior.
Mas, eu vim aqui para outra coisa: achei essa matéria a sua cara
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u677066.shtml
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
janeiro 10, 2010 às 6:06 pm
Carlos
Quando se olha coisas como Bhopal (até generosamente) fica difícil negar que quando ouvimos descrições sobre organizações terroristas é na verdade pura projeção da nossa sociedade corporativa (é como ver um Don falando sobre traficante de esquina).
O bizarro é que tenham demorado tanto para fazer a comparação (mesmo que negando as conclusões lógicas óbvias).
janeiro 10, 2010 às 2:05 pm
Padre Quevedo
Já havia escrito sobre isso, comentário no post do RA (que ingênuo!!) achando que ele não censuraria. Mesmo usando argumentos lógicos: Inciiativa constitucional presidencial de editar Decretos sobre administração pública; Decreto não é lei; que o calhamaço de palavras era só isso, um calhamçao de palavrqas sem nenhum valor vinculante, etc. Naturalmente a besta quadrada não publicou, nems se dignou a rebater os argumentos…..
Essa é a DEMOCRACIA que prega o TIO ZÉ. Quando é para depor o Zelaya vale a contituição de lá. Quando é prerrogativa de qualquer presidente emitir Decretos sobre Administração Pública, É GOLPE!!!
Vá pastar, Tio Zé Reinaldo!!!!
janeiro 10, 2010 às 3:45 pm
adroaldo
A prática contumaz do sujeito, de censurar quem não lhe agrade, é definitiva para se saber o quê ele realmente pensa sobre democracia. O resto é conversa mole.
E eu não acho que seja estratégia eleitoral. É estratégia golpista, pois essa gritaria em torno do nada não rende votos, mas pode mobilizar os de sempre. “O preço da liberdade é a eterna vigilância”, como diziam os golpistas da velha UDN. Não é, Mona?
janeiro 10, 2010 às 5:03 pm
joaogi
mas não devemos esquecer que o lula, sempre que tem a oportunidade de enfiar o pé na jaca, ele o faz com bastante zêlo e competência. qualquer idiota como eu sabe que, desde o malandrão noblat à famíglia civita, passando obviamente pela rede globo e pela imprensa regional mais à direita como o grupo rbs, todos estão afiando suas armas para o combate eleitoral deste ano. pô, iniciar o ano eleitoral com esse decreto (que ele alega não ter lido, uma desculpa esfarrapada diante da percepção da cagada) é como colocar uma bola quicando na área pro romário chutar a gol.
e se há uma classe média a ser conquistada no sul e sudeste do país, pra melhorar a situação da dilma, é criando núvens negras sobre alguns valores básicos dela – como a propriedade privada – que se vai atingir esse objetivo?
não importa se o decreto é revogável ou não, e sim que deu munição mais munição aos adversários. ou seja, a eleição oficialmente nem começou e os “aloprados” (agora os do palácio, não os da periferia petista) já estão fazendo merda.
janeiro 10, 2010 às 7:22 pm
mona
OPa, chamaram-me. Compareço.
Depois de ler tudo o que já pude acerca do tal PNDH-III, só tenho uma coisa a mais a falar: essa peça, na mão de um publicitário que se preze, facilitará deveras a vida da oposição. Daí que agora concordo que o RA é burro, mesmo, em mostrar o monstrinho parido e dar tempo à turma do “vamo-dar-um jeito-na-merda-aloprada” agir. Eita tiro no pé…
janeiro 10, 2010 às 10:29 pm
ohermenauta
Joaogi e Mona,
Duas possibilidades:
1) Alguém no comando da campanha está incomodado com o efeito Marina Silva (possivelmente munido de pesquisas eleitorais) e resolver “jogar pra galera” à esquerda.
2) Alguém pisou na bola.
Acho 2 mais provável do que 1, porque não acho que o público que pode se embevecer com Marina (principalmente se ela topar mesmo vir com o Serra) seja o mesmo público que baterá palmas para o PNDH-III.
Há muitos cenários prováveis para 2. Atentar principalmente para o fato de que um governo não é algo que o Presidente controla de cima há baixo: há dinâmicas próprias em ação que às vezes são difíceis de segurar. Eu sei que o governo agiu desbragadamente na Confecom para segurar o radicalismo do pessoal da democratização. Vai ver não teve tanto êxito no PNDH.
janeiro 11, 2010 às 7:22 am
marcos moraes
Vc sabe, que fantastico!
Mas vc também sabia, porque o disse, que era manifestação única de um maluco, que estaria cada vez pior. Agora virou grita que vc não entende? Virou luta politica em ano eleitoral? Virou luta de democratas primitivos contra a democracia modernosa que vc defende? Virou luta intestina de insatisfeitos?
MAM
janeiro 11, 2010 às 9:56 am
ohermenauta
Meu caro MAM,
Você conhece aquela comunidade do Orkut chamada “eu tenho vergonha pelos outros”? Pois é, já estou ficando assim com você.
Vou tentar explicar de novo:
1) o PNDH provavelmente é uma jogada para estimular a esquerda da coalizão que dá sustentação ao atual governo caminhar unida para a campanha de 2010;
2) eventualmente, alguém errou na dose, porque essas coisas não são 100% controláveis;
3) não há nenhuma hipótese de muitas das propostas ali virarem lei.
Mais tarde, quando eu tiver tempo, eu faço um desenho pra você. Aí você leva lá no Tio Rei, como o bom leva e traz que eu sei que você é.