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Na TV Estadão:
“Fagundes dispensa Lei Rouanet em seu novo espetáculo
TV Estadão | 11.8.2009
Falando sobre o custo da montagem da peça “Restos”, o ator Antônio Fagundes criticou a Lei Rouanet e afirmou que não quis o benefício porque está “cansado de ser chamado de ladrão”“
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Na Folha, reportagem de Fernanda Ezabella:
““À Deriva” ressoa “Chuva de Verão”
Filme brasileiro lançado há duas semanas, após exibição em Cannes, chama atenção por semelhanças com longa neozelandês
Protagonistas são jovens e abrem ambos os filmes boiando no mar; diretor brasileiro diz que filmou baseado em suas memórias
Família passa férias de verão na praia. A filha descobre o sexo e o casamento dos pais desaba. Poderia ser a sua família, poderia ser a de qualquer um. E é justamente a família de dois filmes, um da Nova Zelândia, de 2001, e um brasileiro, que estreou há doze dias.
Mas as semelhanças entre o estrangeiro “Chuva de Verão” e o nacional “À Deriva”, do pernambucano Heitor Dhalia, vão bem além desse enredo básico, com coincidências, ou não, que vêm causando burburinho entre cinéfilos e blogueiros.
Em comum, os dois longas têm uma jovem protagonista, que se assemelha a uma Lolita. São representadas por atrizes completamente desconhecidas do público: em “À Deriva”, destaca-se Laura Neiva, descoberta no Orkut; no outro, Alicia Fulford-Wierzbicki, também estreante no cinema.
No nacional, seu pai (interpretado por Vincent Cassel) tem um caso com uma jovem estrangeira (Camilla Belle), quase que na cara da mãe (Débora Bloch). No outro, a mãe (Sarah Peirse) tem um caso com um jovem fotógrafo (Marton Csokas), quase que na cara do pai (Alistair Browning).
Os dois filmes também começam com a protagonista boiando no mar. No final, as duas perdem a virgindade. O figurino, assinado por Alexandre Herchcovitch na obra nacional, também tem certa analogia (veja fotos no quadro ao lado).
Há ainda cenas em ambos os longas em que os irmãos disputam para ver quem fica mais tempo debaixo d”água. E, ainda, cenas de alcoolismo por parte das mães, que surgem quase sempre com um copo na mão.
Os filmes têm diferenças: enquanto o primeiro é ensolarado, o segundo tem clima mais nublado. Enquanto o primeiro é cheio de gente jovem e bonita, o segundo tem a garota solitária, cercada de adultos. E, enquanto o primeiro tem final mais esperançoso, o segundo acaba em morte.”
E ainda:
“Em blogs, os comentários são mais pesados. “”À Deriva” é a versão brasileira de “Rain” [nome original de “Chuva de Verão’]”, escreveu uma anônima no blog da publicitária Julia Petit. “Mesmo cenário, mesma história etc. etc. Pura cópia.”
O crítico Marcelo Miranda, do jornal mineiro “O Tempo”, comentou num blog de cinema: “É quase o mesmíssimo filme, não apenas no enredo, praticamente o mesmo (no sentido estrito do termo)”.
Para o crítico da Folha Inácio Araujo, “À Deriva” parece uma releitura latina de “Chuva de Verão” (leia texto ao lado).
Tais semelhanças, no entanto, não caracterizam plágio, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem.” [grifo meu]
Ah, bom.
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Há de chegar o dia em que vão marginalizar a Lei Rouanet.
10 comentários
Comments feed for this article
agosto 12, 2009 às 9:26 am
sleo
Tá ampliando não, camarada.
agosto 12, 2009 às 9:58 am
ohermenauta
Acuma?
agosto 12, 2009 às 2:50 pm
He will be Bach
Você deve ter esquecido de tacar o href. Aí está apenas o thumbnail, sem o link para a figura no tamanho original!
agosto 12, 2009 às 10:26 am
Carlos Alberto Bárbaro
Bem, dada a pobreza, banalidade e clichês tranbondantes da sinopse, prefiro acreditar no diretor, que alega ter filmado “baseado em suas memórias”, que dadas a pobrez, banalidade e clichês que transbordam de memórias do tipo não têm nada a impedir que uma neozelandesa também as tivesse. Fato é que entrou areia nessa praia dos produtos culturais inflados pelas turminhas.
agosto 12, 2009 às 10:55 am
Carlos Felipe
Depois de “E se eu fosse você 2” o resto é pinto.
A lei de fato não julga o valor cultural das obras que aprova, acho que o único critério de aprovação é a capacidade ou não dos proponentes realizarem o trabalho.
A lei de incentivo tornou-se uma grande bengala. O dia que acabar não se produz mais nada. As empresas que patrocinam, não visam apenas o incentivo fiscal e a divulgação de sua marca, mas também um lucro sobre a produção.
Deveriam alterar a lei de forma a permitir que aos poucos os atuais patrocinadores e produtores, passassem a produzir seus próprios projetos, com menor ou nenhum apoio da lei.
Apenas desta forma será de fato construída uma indústria cultural no país e não apenas mais uma teta onde mamar.
Se eu fosse o Antonio Fagundes assumia logo que é uma idéia chupada, pq dizer que já viveu uma história bizonha de adultério é mais vergonhoso.
agosto 12, 2009 às 12:16 pm
Murilo
Mudando de pato pra ganso, não vai comentar istohttp://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1208200902.htm ?
agosto 12, 2009 às 1:23 pm
Adriano
Não entendi a relação entre o suposto plágio do Dhalia com o não uso da Lei Rouanet pelo Fagundes.
Aliás, o mala do Fagundes está abrindo um precedente perigoso para a classe. Já pensou se eles descobrem que dá pra fazer cultura sem dinheiro do governo? Que as empresas podem colocar, de fato, uma grana própria?
agosto 12, 2009 às 1:48 pm
ohermenauta
Adriano,
Bem, apenas o fato de Fagundes associar “uso da lei rouanet = ladrão”.
agosto 13, 2009 às 1:00 am
wagner
Bom, o governo brasileiro podia estender a lei rouanet para os argentinos, vez que eles realmente sabem fazer filmes
agosto 13, 2009 às 1:05 am
ohermenauta
É uma idéia!